Monumentos


Igreja do Bom Jesus do Calvário
Encontra-se na zona alta de Vila Real conhecida por Monte do Calvário ou Pioledo.
A actual igreja começou por ser uma capela que uma irmã terceira, em 1680, mandou levantar à sua custa. Mais tarde, foi ampliada pela Ordem, em 1740-41 e desde então sofreu várias alterações. Aqui encontra-se sepultada D. Margarida Rebelo devido à sua intervenção monetária, aquando da ampliação pela Ordem.
Estilisticamente, a igreja é tardo-barroca e neoclássica.
A sua planta é constituída por uma nave, um altar-mor, dois altares laterais e dois nichos. Os altares laterais são de S. Francisco de Assis e de Nossa Senhora da Conceição. Os nichos são de S. António e de Senhor dos Passos. Toda a igreja é embelezada por detalhes em talha dourada e por azulejos. No tecto pode-se ver uma gravura de Cristo na cruz.
É também constituinte desta igreja uma torre lateral sineira, construída em 1840.
Outra característica que destaca esta igreja é o espaço que a envolve. Este espaço é pavimentado a granito, contém vários canteiros e é percorrido por cruzes, que representam as estações da Via Sacra.

Igreja de São Pedro
De origem barroca, esta igreja localiza-se no Largo de São Pedro. Foi construída em 1528, a mando de Dom Pedro de Castro, Abade de Mouçós, tendo demorado cerca de duzentos anos a ficar concluída.
Mais tarde, em 1692, Domingos Botelho da Fonseca, Fidalgo da Casa Real, mandou revestir de azulejos a capela-mor.
Estas duas personalidades estão sepultadas nesta igreja.
Nesta igreja é de realçar a sua riqueza, da qual são exemplos o tecto em talha dourada e os rebordos enfeitados das janelas.
A sua entrada requintada faz adivinhar o interior valioso. É uma igreja composta por uma única nave, percorrida por altares. O tecto do corpo da igreja é em forma de berço, abaulado por 50 painéis policromados (caixotões). Na nave existem 5 altares de estilo barroco, com excepção do sagrado coração de Jesus, que é de arte rococó.
O altar-mor é fundamentalmente de estilo neoclássico e foi mandado construir pela Irmandade do Santíssimo Sacramento, em 1845. A tela actual, colocada em 1933, obra do pintor António Alves, substituiu a de 1855.

Capela Nova
Localiza-se na Rua dos Combatentes da Grande Guerra, também conhecida como Rua Direita. Pela fachada e pelo seu estilo, esta igreja, também denominada de Igreja dos Clérigos, destaca-se de todos os edifícios que a rodeiam. A sua construção iniciou-se em 1639, data em que foi colocada a primeira pedra. O seu arquitecto e pintor foi Figueiredo Seixas, discípulo de Nicolau Nasoni, João Pedro de Matos foi o construtor e Pedro Dias o escultor.
De todas as igrejas localizadas no centro histórico, é a que apresenta mais detalhes ao nível do plano frontal, característicos do estilo Barroco.
Ao entrar, o visitante repara logo nos azulejos que forram as paredes laterais deste monumento. Estes retratam cenas da vida de São Pedro e São Paulo.
Também ao longo das paredes se podem observar altares encastrados. Cada um deles para um santo diferente, podendo-se destacar o 2º/3º altar à direita, cuja figura principal é Nossa Srª das Almas, que está envidraçada.
Ao centro encontra-se o altar-mor ricamente trabalhado, todo ele forrado em talha dourada. Nota-se que este é constituído por vários anjos que no seu conjunto suportam a cruz de Cristo. De ambos os lados do altar situam-se dois retábulos renascentistas, do início do séc. XVII, um à esquerda, S. Paulo, e outro à direita, S. Pedro. Já é visível o pesar dos anos, principalmente no da esquerda, onde se notam algumas alterações. O mesmo acontece com maior gravidade nas janelas e colunas, onde ainda permanecem alguns vestígios das decorações originais.

Capela da Misericórdia
Embora não haja certezas acerca da data da sua construção, pensa-se que terá sido entre 1528 e 1532. A construção foi finalizada em 1548 (data que está gravada na parede interior da mesma, à direita na entrada). Foi edificada onde anteriormente existia uma sinagoga, partindo esta iniciativa do abade de Mouçós.
Este Igreja, para o visitante, apresenta uma fachada muito simples de arco românico, mas também com vestígios do estilo manuelino.

Entrando, pode ver-se que o chão é constituído por numerosas sepulturas (taburnos), destacando-se a do “Santo Soldado Arcabuzado”, aqui sepultado. A história refere que o soldado José Custódio foi acusado inocentemente de ter roubado um cálice, tendo sido arcabuzado (fuzilado) inocentemente por esse facto, pois soube-se mais tarde que tinha sido outro que roubara o cálice em questão.
Olhando à volta, pode constatar-se que o seu interior, tal como o exterior, se caracteriza pela simplicidade. Em toda a igreja, a zona mais elaborada é a do altar, de estilo barroco. As paredes laterais apresentam-se revestidas por azulejos de vários tons: azul, amarelo e marfim. Quatro retábulos ocupam também estas paredes, apresentando estilo barroco.

Casa de Carvalho Araújo
Localiza-se na freguesia de São Pedro. Na fachada principal da casa está afixada uma placa que exalta Carvalho Araújo. Foi aqui que ele viveu a sua infância e adolescência.

Casa dos Brocas
Também conhecida por Casa dos Correias Botelhos Camilianos, está localizada na freguesia de S.Dinis.
Esta casa pertencia à família de Camilo Castelo Branco. Foi construída pelo avô do escritor e aí nasceu o seu pai, Manuel Joaquim Botelho Castelo Branco. Uma placa faz referência à história da casa.

Casa Diogo Cão
Localizada no centro da cidade, na Avenida Carvalho Araújo, apresenta características medievais. Terá sido construída no séc. XV.
Foi reconstruída no séc. XX, após ter sofrido dois incêndios. Pensa-se que terá sido sujeita a uma ampliação.
Nesta casa terá nascido Diogo Cão, importante navegador português.

Edifício de três pisos (um rés-do-chão e dois andares), feito de cantaria. Esta casa é caracterizada pela sua fachada principal, onde se pode observar uma escadaria exterior coberta por um arco. Destaca-se a forma de arco das portas e de algumas janelas.


Sé de Vila Real
O antigo convento de S. Domingos foi construído no mesmo local da Capela de S. Sebastião [1], sendo a sua demolição posterior à construção da Sé. As obras iniciaram-se a 8 Maio de 1424 e terão terminado na segunda metade do séc.XV. Ao longo dos anos sofreu várias remodelações, das quais se destacam a do terramoto de 1755 e a do incêndio de 21.11.1837. Este incêndio ocorreu quando o convento servia de quartel e suspeita-se que o incêndio tenha sido provocado por um oficial encarregado da administração do regimento, numa tentativa de fazer desaparecer papéis comprometedores.
Foi classificado como Monumento Nacional, em Fevereiro de 1926.

Todo o edifício apresenta um traçado muito simples. No interior é visível o telhado de madeira e três naves e vários arcos do tipo orgival. Os pilares são compostos por quatro colunas com alguns detalhes, destacando-se rostos e folhagens. Neste monumento estão sepultados algumas personagens da nobreza local.
A igreja é conhecida pelos seus vitrais, cuja beleza se realça quando estão iluminados. Estes foram substituir os originais sendo os actuais da autoria de João Vieira.

[1] Capela de S. Sebastião – Capela que existia no campo do Tabolado. Foi doada aos frades e, depois de a Sé estar construída, foi demolida. Foi neste local que se benzeu a primeira pedra da Sé Catedral de Vila Real, a 07 de Março de 1424.


Pelourinho
O Pelourinho de Vila Real localiza-se no Largo do Pelourinho. Terá sido edificado em 1515, quando D. Manuel deu à cidade um novo foral.
A sua localização já mudou várias vezes.
Do pelourinho original só resta a coluna octogonal, sendo as restantes partes cópias do original, que terá sido destruído.

É formado por uma base de quatro degraus, octogonais, onde assenta um prisma octogonal, que suporta o fuste. Termina numa estrutura em forma de gaiola, com as suas quatro faces comunicando entre si através de aberturas em arco redondo. Essa gaiola apresenta, na união das suas faces, umas pequenas colunas cilíndricas e, no seu vértice, uma cruz em ferro com uma bandeirola.


Casa dos Marqueses
Também designada de Casa do Arco e de Casa da Torre (devido à forma de torre que se encontra no telhado da casa), situa-se na Avenida Carvalho Araújo, no centro da Cidade de Vila Real. Neste edifício situa-se actualmente o turismo.
Este edifício de granito, provavelmente do séc. XVI, é de estilo manuelino. Aqui residiram os marqueses de Vila Real, até caírem em desgraça devido ao seu envolvimento na conjura contra D. João IV, em 1641.
Olhando para a fachada principal, pode perceber-se que tem uns traços muito simples, destacando-se a janela mais trabalhada, acima da qual se situa um brasão. Descendo a rua, são facilmente visíveis blocos salientes da parede a casa, devido a restauros. 





Palácio de Mateus
O Palácio, Casa ou Solar de Mateus é uma das obras mais significativas da arquitectura barroca em Portugal. Situa-se na freguesia de Mateus, concelho e distrito de Vila Real, a cerca de 5Km do centro da cidade.
O projecto do Palácio de Mateus terá sido presumivelmente desenhado pelo arquitecto Nicolau Nasoni, no século XVIII, para o morgado de Mateus, António José Botelho Mourão.

O edifício é constituído por três corpos, sendo o central recuado. Verifica-se uma arquitectura em forma de U, com elementos característicos do barroco, como a simetria, a axialidade, os frontões interrompidos, as balaustradas, as escadarias e os elevados pináculos. A capela, no prolongamento de um dos corpos da fachada, apresenta bastantes semelhanças, a nível da frontaria, com a Igreja Nova de Vila Real.
O Palácio de Mateus é dotado de jardins soberbos, magnificamente arranjados, que se dispõem longitudinalmente em relação ao Palácio. Um dos elementos mais emblemáticos dos jardins é o túnel de ciprestes, que divide o jardim inferior em duas partes distintas.
Aos pés do Palácio, e reflectindo integralmente a sua imagem, existe um lago, um espelho de água, onde repousa a imagem de uma mulher, estátua da autoria de João Cutileiro (este lago foi construído nos anos 50).
 
Ao entrarmos, acedemos a uma sala central, divergindo para os quartos e demais dependências do solar. Os seus interiores apresentam tectos excepcionais, forrados por painéis em madeira e trapezoidais. De grande luxo e beleza, pertencendo a diferentes épocas, é o mobiliário que decora o interior deste palácio. Um dos compartimentos mais importantes é a biblioteca, que guarda uma edição única, em pergaminho, da obra Os Lusíadas.